segunda-feira, 23 de novembro de 2009

PCdoB/Belém elege Comissão Política e Secretariado

Depois de enfrentar uma missão impossível em Marabá e quase trocar o meu namorado lindo por uma urna de madeira a quem eu fiz companhia um dia inteiro sem trocar um afago sequer, saí do terminal rodoviário pro Sindicato dos bancários, onde o Comitê Municipal do Partido Comunista da capital paraense se reuniu pra discutir perspectivas e os desafios do Partido nos próximos dois anos e eleger a nova comissão política e o secretariado que conduzirá a militância comunista neste período.

Na primeira e uma das mais importantes reuniões que este coletivo terá, os dirigentes eleitos na última Conferência Municipal, ponturam questões em torno da organização interna, organismos de base e coletivos das frentes, além da estruturação partidária, fortalecimento do sistema de comunicação e maior atenção para a formação dos militantes. Também foi discutido com muita ênfase a necessidade do Partido e o movimento social de Belém se posicionarem como uma oposição consequente em relação à Prefeitura, denunciando as irregularidades, crimes e autoritarismo da atual administração municipal. Outro ponto de grande relevância foram as eleições do ano que vem. O PCdoB busca a composição de chapa própria para Deputado Estadual e para tanto o esforço do CM/Belém é essencial, tanto na apresentação de nomes de possíveis candidatos, quanto na compreensão da importância de nossa participação na batalha do ano que vem, para o avanço de um projeto de desenvolvimento mais democrático e com participação de todos e todas, no estado do Pará.

Pra fechar com "chave de ouro", foram eleitos os novos responsáveis pelas Secretarias estruturantes e de massa do Comitê (com excessão da secretaria de mulheres, movimentos sociais e juventude, que estão em processo de estruturação), além da nova comissão política municipal, que passou de 11 para 13 membros. A novidade são a criação de uma secretaria de relações institucionais e políticas públicas e o desmembramento da pasta de movimentos sociais, com a criação de uma Secretaria de Mov. Comunitário.

COMISSÃO POLÍTICA
Leila Márcia Santos - Presidenta
Mário Hesket - Vice-presidente
Neco Panzera - Sec. Organização
Augusto Cleybe - Sec. Finanças
Alan Pereira - Sec. de Comunicação
Alan Frick - Sec. Relações Institucionais e Políticas Públicas
Michel Sodré - Sec. Formação
Roberdan Carvalho - Sec. Movimento Comunitário
Lia Menezes (mov. mulheres/UBM)
Paulo Maia (mov. comunitário/Comissão Organização)
Maíra Nogueira (juventude/mulheres)
Graça Antunes (comunitário/mulheres)
Antônio Carlos Júnior (mov. pessoas com deficiência)

Os demais eleitos para tarefas são:
Jorge Elias - Sec. Sindical
Alexandre - Responsável por questões jurídicas


Boa sorte pra todos nós!!!

Maíra Nogueira

Igualdade racial segundo as Organizações Globo

Mesmo com atraso considerável (estava em Marabá flertando com uma urna de votação), não poderia deixar de manifestar a respeito do capítulo da novela "Viver a Vida", que foi ao ar na terça-feira. O reproduzo um pequeno artigo que circulou na última semana em grupos de e-mail e que expressa muito bem o sentimento de indignação/lamentação/revolta que tive quando assisti a novela no dia 17/11, de autoria de Rebeca Duarte.

A Consciência Branca da Globo

Não havia data melhor. Em plena semana da Consciência Negra, a teledramaturgia global reafirma, mais uma vez, a pura reprodução de imagens, palavras e ideais racistas em horário nobre.
Ao elencar a atriz negra Thaís Araújo para protagonista de sua novela das nove, a TV Globo, através de seu funcionário Manoel Carlos, parecia querer responder ao Estatuto da Igualdade Racial idealizado pelo movimento negro que não seria necessário estabelecer cotas para atrizes e atores negros; bem, parece não ter sido à toa que justamente no momento de uma decisão histórica quanto ao conteúdo do referido Estatuto, a Globo tenha lançado ao ar duas novelas com protagonistas negras, atrizes que inclusive têm uma postura racial condizente às suas trajetórias, como são Thaís Araújo e Camila Pitanga. Nas entrelinhas, previa-se uma forjada justificativa à sociedade das "desnecessárias" cotas raciais para os meios de comunicação, já que este espaço vem sendo ocupado pelo núcleo negro da Globo. Convenhamos, uma jogada de mestre; assim, evita-se o "mal maior" para a Consciência Branca do comando global, que é obedecer a lei e fazer cumprir os direitos da pessoa, da população e dos povos negros.
Pois então que nesta semana, no capítulo que foi ao ar na noite do 17 de novembro, com precisão cirúrgica o autor desenhou a cena mais representativa possível da ópera racista contra o verdadeiro protagonismo negro. A suposta protagonista da novela, a personagem de Helena, após ser retirada de seu núcleo familiar negro para transitar exclusivamente num núcleo branco e assim ser sujeita a traições e humilhações, é posta de joelhos diante de uma de suas antagonistas brancas - já que, para uma negra, não basta uma só antagonista, devendo vir elas em número de três: a amante do marido, a filha mimada e infantilizada do marido e a ex-mulher do marido. Não apenas de joelhos, deve pedir perdão de cabeça baixa; não apenas de cabeça baixa, sob o olhar duro e inflexível de sua então dominadora; não apenas isso, como se já não fosse o bastante, deve pedir perdão e ter por resposta uma bofetada no rosto. Para finalizar a cena, a personagem desabafa com uma das melhores amigas que "devia ser assim".
A idéia de protagonista negra, na Globo, enfim foi definida claramente. Uma heroína que, se inicialmente surgia diante de um drama familiar, afirmando um núcleo negro protagonista, como âncora, marco e raiz, veio sendo reduzida dramaturgicamente a pobre vítima de suas três antagonistas brancas, tendo estas enfim recebido mais espaço de visibilidade que a suposta protagonista. O papel, de central, tornou-se periférico, apoio para a virada de jogo das outras atrizes, que passam a receber os aplausos da população e das "críticas" noveleiras de plantão, prontas para limar a atriz negra por seu papel "sem graça".
Ou talvez, pensa o autor que pode salvar o papel de Helena pondo-a no lugar em que acha pertencer à mulher negra. Agora sim, a Globo assinou embaixo de suas verdadeiras posturas ideológicas - mais diretamente, de seu racismo.

Rebeca Oliveira Duarte
Advogada e Cientista Política do Observatório Negro

terça-feira, 17 de novembro de 2009

AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA - CHAPA 2 no DCE/UEPA

Concentração total! Contagem regressiva!Quinta-feira, dia 19/11, é a eleição do Diretório Central dos Estudantes da UEPA, entidade estudantil que contribuiu decisivamente para o avanço na democracia dentro da Universidade, participou decisivamente de conquistas importantes para os estudantes (tais como o RU/CCSE, voto paritário pra reitor, etc), esteve presente nos debates e mobilizações no início das discussões sobre a 1/2 intermunicipal, mas que no último ano se tornou entidade de fachada (ou fechada), palanque do discurso vazio e despolitizado do "contra tudo e contra todos", de quem não tem compromisso com lutas, nem com os estudantes, nem com a educação de qualidade. Uma turminha que mal chegando à direção do DCE mudou o discurso e esqueceu suas bandeiras de luta (se é que as tinham). É essa turminha que aparece de um lado querendo se manter, uma gestão falida, como nunca se viu na história da Universidade do Estado do Pará.

Mas também tem aqueles que não são contra nada, nem são a favor, nem sabem onde estão ou o que querem. Uma galera "legalzinha", que não mostra a que veio, muito menos porque veio. Fazem o discurso fácil do pseudo-apartidarismo, com muita estrutura (leia-se dinheiro) e nada mais.

Bom, quem tem fome tem pressa e tem lado também. O lado de quem precisa de assistência estudatil pra se manter na universidade. De quem precisa de mais vagas no Ensino Sueprior, vagas gratuitas e com ensino de qualidade.Universidades públicas. O lado de quem tem discurso e tem proposta. De quem sabe a que veio e pra onde vai. Esse é o meu lado. O lado dos estudantes que não aceitam cotas pra 1/2 intermunicipal, dos que querem mais que professor e sala de aula. Dos que querem educação, cultura, formação, oportunidade. É por isso que acredito que AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA no DCE/UEPA. Foi de estudantes que tem lado e tem pressa que se construiu um movimento pra colocar o DCE/UEPA no caminho do compromisso com a educaçãoe com os estudantes, da luta em defesa desses interesses, de direitos e de diálogo na Universidade.

Dia 19/11 - VOTE CHAPA 2 - NO DCE/UEPA

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

ENTIDADES DOS MOVIMENTOS SOCIAIS CONDENAM VIOLÊNCIA SEXISTA NA UNIBAM

Reproduzimos aqui a nota divulgada pela União Brasileira de Mulheres e o link do vídeo da manifestação da União Nacional dos Estudantes denunciando o machismo, o atraso e preconceito dos alunos e diretores da UNIBAN com a jovem estudante Geise Arruda.

A Uniban não pode ser um tribunal da Inquisição!

Uma cena digna de um filme de horror aconteceu na Uniban de São Bernardo do Campo. A aluna Geisy Arruda, de 20 anos, foi hostilizada e perseguida por cerca de 700 alunos nesta mesma universidade por usar um vestido considerado curto por uma turba que se achou no direito de xingar, tocar, fotografar e filmar a em nome da “moral e dos bons costumes. A história acabou com a jovem estudante trancada na sala de sua turma, com a multidão pressionando, por porta e janelas, pedindo explicitamente que ela fosse entregue para ser estuprada. Alguns colegas, funcionários e professores conseguiram proteger a moça até a chegada da PM, que a tirou da escola sob escolta.

Os 700 alunos da Uniban expressaram publicamente sua concepção machista de que as mulheres não têm desejo próprio nem podem se destacar na multidão. Por isso se propunham a puni-la com o estupro para colocá-la “em seu lugar” e lembrar que sexo, para as mulheres, como diziam os pensadores medievais, deve ser um sofrimento imposto e nunca uma iniciativa ou um prazer. O horrível espetáculo lembrava a queima de bruxas e a inquisição na idade Média.

O mais chocante, no entanto, foi a atitude da Uniban, que se diz uma Universidade, um centro de educação: expulsou a vítima considerando-a culpada por ter “provocado” os colegas, o que, segundo ela, resultou “numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar”. Mais uma vez, como no tempo dos assassinatos em “legítima defesa da honra”, a vítima é transformada em culpada, colocada no banco dos réus e exposta à execração pública. Que concepção educacional a Unibnm pretende defender?

Que poder é esse que as instituições e os homens têm sobre o corpo das mulheres? Ontem, para mutilar, amordaçar, silenciar. Hoje, para manipular, moldar, escravizar aos estereótipos. Isto acontece porque A organização social de gênero no Brasil e no mundo atribui aos homens prerrogativas que lhes permitem ditar normas de conduta para as mulheres, assim como julgar a correção do cumprimento de suas ordens.

A União Brasileira de Mulheres – UBM vem a público protestar contra a expulsão da estudante Geisy Arruda, exige a punição dos culpados e a reintegração da aluna aos quadros da Uniban.

União Brasileira de Mulheres


ATO DA UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES
http://www.youtube.com/watch?v=Sx8ntFJAz4w

terça-feira, 10 de novembro de 2009

A PRIMEIRA VEZ A GENTE NUNCA ESQUECE!

Vou me dar o direito de curtir e dividir com todos o orgulho de ter participado pela primeira vez do Congresso Nacional do Partido Comunista do Brasil, o 12º na história do partido mais antigo do país.

Quando entrei no PCdoB, em 2005, tive a oportunidade de acompanhar o processo (muito timidamente) do 11º Congresso do PCdoB no estado do Pará, mas ainda sem muita noção do que tudo aquilo representava para todos que junto comigo participavam das plenárias e conferências, nem do que representaria pra mim. Tomei coragem pra fazer uma intervenção na conferência municipal, derrubei o microfone, ainda assim fui eleita pra compor o comitê municipal. Nunca vou esquecer. Me contive na conferência estadual pra não correr o risco de provocar mais nenhum acidente.

Isso já faz quatro anos, passei por congressos da UNE, UBES, UJS, UBM, conferências e convenções eleitorais, componho a comissão política de Belém e o comitê estadual, presido a UJS/Belém e componho a executiva estadual, vivi muitas coisas, aprendo mais cada dia. Às vezes até parece que eu já fiz bastante coisas, mas isso não é absolutamente nada diante da história do partido e dos militantes que fizeram e fazem parte da construção dessa história e da minha formação como militante.

Foi assim que fui me dando conta, conhecendo, aprendendo e me descobrindo cada vez mais comunista, no sentido mais bonito da palavra, defendendo, lutando e nunca deixando de acreditar que uma nova sociedade pode se estabelecer, com novas relações, novos paradigmas e direitos para todos e todas.

No meio disso tudo, de repente, não mais que de repente, meu nome estava na proposta de delegados ao 12º Congresso do meu partido e eu fui eleita. Que felicidade, quanto orgulho e quanta honra. O Congresso que aprovou o novo programa socialista do Partido, que apresentou um programa nacional de desenvolvimento com perspectiva socialista para o país, que elegeu uma direção com mais mulheres e mais jovens, me deu a oportunidade de reafirmar à mim mesma a importância do caminho que escolhi, de conhecer mulheres, homens, estudantes, operários, trabalhadores, artistas de todo Brasil que, assim como eu, acreditam na transformação da sociedade através do socialismo.

Maíra Nogueira

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"A cultura nunca morre. Quem faz a cultura é o povo."

As Marias gostariam de homenagear o homem/povo que se traduziu em cultura, Mestre Verequete, que faleceu hoje aos 93 anos.

Mestre Verequete, simboliza as raízes da cultura e do povo paraense. E para simbolizar essa figura, parafraseamo-no dizendo que "A cultura nunca morre. Quem faz a cultura é o povo."

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Mulher e Política - Propriedade dos homens

Sou comunista, milito em um partido comunista que compreende a emancipação da sociedade e a superação do sistema capitalista e suas características mais atrasadas como um processo longo, desafiador e revolucionário, tendo no sistema socialista a possibilidade de estabelecer novos valores, novas relações entre os seres humanos e um novo sistema produtivo. Mas não vou ser hipócrita e afirmar que mesmo nas relações partidárias conseguimos estabelecer esses novos valores e relações, afinal todos fomos educados, recebemos os valores, os ensinamentos de uma sociedade com bases capitalistas, e estamos profundamente ligados à todos os vícios desta sociedade, que vê pessoas como objetos de comércio, mercadorias, propriedade. Em A ORIGEM DA FAMÍLIA, DA PROPRIEDADE PRIVADA E DO ESTADO, Engels quase desenha a construção (ou descontrução) do papel da mulher desde tempos mais primitivos até a sociedade moderna, onde a mulher passa a ser mais uma propriedade do homem, intrumento de prazer, de reprodução (qualquer dia eu vou fazer algumas considerações a respeito do livro que eu e a marcela discutimos). Hoje, a opressão é mais sutil, inteligente até, para manter a mulher em uma condição de inferioridade, e eu escrevi isso tudo pra reproduzir uma postagem que demonstra claramente a sutileza - ou não - e destreza do machismo no século XXI. Diretamente do blog do Marcelo Coelho, da Folha de São Paulo (hummmmm, coincidência????):

18/08/2009
Lina Vieira, Dilma Rousseff

Imperdível, neste momento, o depoimento de Lina Vieira ao Senado Federal. Tenho dúvidas quanto ao impacto real que poderá causar na credibilidade de Dilma Rousseff. Mas do ponto de vista simbólico, é impressionante o contraste entre a feminilidade de Lina Vieira e a dureza de Dilma. Um bom marqueteiro teria de levar em conta o artigo de Danuza Leão, na “Folha” deste domingo. Dilma dá medo. Não penso nas qualidades que ela poderia ter, sem dúvida notáveis, como presidente do Brasil. Mas é curioso ver as diferentes formas de identidade feminina que começam a entrar em jogo na disputa eleitoral. Marina Silva, Heloísa Helena, Dilma Rousseff: que mulheres são essas?
O grande problema de uma mulher combativa é o de não parecer histérica. Dilma vence esse teste com total segurança. Entretanto, há algo de assustador na sua atitude; uma Thatcher de esquerda, será este o perfil de um próximo presidente do Brasil?
Interessante que Lula, nascido da luta sindical, seja atualmente um papai bonachão, conciliador e evasivo.
Nesse sentido, Dilma seria tanto a sucessora natural de Lula quanto uma espécie de antípoda.
Não me esqueço de sua brutalidade quando a indagaram sobre a construção de um novo aeroporto nos arredores de São Paulo. A promessa tinha sido feita. Os repórteres perguntavam: será em Jundiaí? será em Viracopos? Dilma engrossou: “se eu soubesse, não diria a vocês”. Mas ela sabia perfeitamente de uma coisa: nenhum novo aeroporto seria construído.
Dilma enfrenta a imprensa como um inimigo. Lula trata a imprensa como uma criança manipulável.
A feminilidade de Heloísa Helena é de outra ordem. A militância abafa sua identidade. Poderia ser atraente, se não se restringisse ao cabelo puxado, aos óculos, à camiseta branca.
Representa, na verdade, a mesma dureza que Dilma encarna, numa versão mais burguesa.
Por que, indago, não ser simplesmente uma mulher?
Marta Suplicy bem que tentou. Mas o botox e sua agressividade natural estragaram o poder que ela poderia ter.
Marina Silva tem, mesmo nos momentos de maior indignação, certa fragilidade na voz. Não é desejável sexualmente: mas verdadeira em seu corpo, em seu rosto, em sua pele.
Nenhum charme nasce de Marina Silva. De certo modo, é o negativo de Dilma Rousseff, cuja ausência de charme não passa despercebida a ninguém.
Resta Lina Vieira. Foi, afinal, massacrada no Senado por Romero Jucá, líder da base governista. Tornou-se frágil, delicada, do jeito que todo homem espera de uma mulher. Triste e bonito destino.

(PS: o papel de Aloisio Mercadante nessa sessão foi infame).

Escrito por Marcelo Coelho às 12h34


SIMPLES ASSIM!!!!!!