quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Revolução, revolucionários e a questão da mulher

Tô voltando não só para os momentos no mundo virtual, mas também para os meus intensos momentos de militância agora na Secretaria Estadual de Mulheres do Partido. Muita coisa nova, muitas oportunidades de aprender e muito trabalho pela frente.

Aos poucos é possível as ver tantas possibilidades que atuar nessa tarefa me ofere e oferece ao partido também, apesar da dificuldade que é discutir as questões referentes às mulheres, ao machismo, à participação política e eleitoral, à opressão do sistema e outras questões também relacioanadas. Muitas mulheres mesmo evitam entrar em debates como esse para não serem taxadas de feministas, histéricas e um monte de outras bobagens que todos nós também reproduzimos (homens e mulheres), inclusive eu logo que comecei a militar.

Mas o tempo e a vivência já me mostraram algumas coisas, coisas que me fizeram compreender que eu, como militante e responsável por essa frente, posso ajudar a mudar opiniões preconceituosas e ignorantes - ignorantes no sentido de ignorar o que está colocado de forma muito sutil, subjetiva, nesta sociedade capitalista e opressora onde vivemos, comunistas ou não.

Ontem, em uma reunião com dois camaradas, também secretários de frentes de massa, Maílson (movimentos sociais) e Érico (sindical e vice-presidente do comitê estadual), em meio à um debate sobre as frentes no processo eleitoral o Érico disse mais ou menos assim "...o nosso partido é feito de mulheres fortes, mulheres de garra, de coragem. Mulheres que enfrentam a vida de frente..." e eu fiquei pensando nisso o resto do dia, pensando nas contradições entre o que eu acabei de escrever, o que o Érico disse, a nossa prática como militante comunista, entre o que são as mulheres e o que a sociedade diz serem as mulheres.

Conclusão: Eu acreditava que era um desafio meu transformar as discussões a respeito do emancipacionismo feminino no PCdoB, o olhar sobre a Secretaria da Mulher, e todas essas questões que já citei, mas já não acho mais que o desafio é meu e sim do que chamamos coletivo partidário, de todos e todas que batem no peito e dizem: "EU SOU COMUNISTA!"

Um partido revolucionário precisa de ação revolucionária, opinião revolucionária, pensamentos revolucionários e isso quem constrói são militantes volucionários.

Não existe revolução sem revolucionários.


Maíra Nogueira

2 comentários:

  1. Com grande capacidade de compreensão politica, tenho a certeza que irás fazer um grande debate e avançar na construção de uma nova mentalidade partidária a cerca da mulher.

    muito orgulho de ti

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  2. Parabéns Maíra,

    Estou convicta de que você acrescentará muito na condução da questão da mulher no PCdoB, e com certeza, contribuirá para que a atuação emancipacionista ganhe visibilidade!

    A propósito, o ano de 2010 comemora-se 100 anos do indicativo do dia 8 de março para se comemorar o Dia Internacional da Mulher. A proposta apresentada pela socialista alemã Clara Zetkin, homenageava 139 operárias têxteis em greve por melhorias das condições de trabalho e da longa jornada, vítimas da exploração capitalista. As bravas trabalhadoras foram queimadas vivas no interior da fábrica. Fato que se deu em Nova Iorque em 1857.

    A proposta de tal data para comemorar a luta das mulheres, surgiu na IIª Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, na Dinamarca em 1910, e, abriu uma polêmica no seio do movimento de mulheres, bastante atual.

    De um lado as feministas liberais não consideravam esse fato relevante, abstraiam o caráter de classe da opressão feminina limitando-se as conquistas conjunturais; do outro, as dirigentes do movimento operário, em defesa do princípio de que a emancipação da mulher está estritamente vinculada às transformações da sociedade, a derrocada do capitalismo e conquista de uma nova sociedade.

    Na atualidade, nós temos o rumo - o Socialismo, e o caminho é o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento para o Brasil, abrindo as portas para novo ciclo civilizacional onde as mulheres se incluem nas tarefas, no conteúdo e nas principais bandeiras. As mulheres estão chamadas a participarem efetivamente, pois sua efetiva participação abre uma vereda para o futuro, e o futuro é o socialismo!

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