domingo, 24 de janeiro de 2010

AME E DÊ VEXAME


"W. Reich queria acabar com o desprezo no mundo, a doença humana, a resignação neurótica que resulta de um mau desenvolvimento da libido e da afetividade. A doença para ele, começa quando a pessoa para de pulsar, de sentir, de viver intensamente. Para Reich, "Viver é pulsar, é rir e chorar, é sofrer e ter prazer, é sobretudo estar aqui e gozar até o fim o privilégio de ser, ser consigo mesmo e com os outros, de um modo pleno, profundo, ativo, real. Ser feliz é viver fora da farsa, da inautêntica existência que nos transforma em atores de nossa própria vida. Ser feliz é simplesmente deixar o palco para viver de verdade"". Regina Schopke

Opiniões que seduzem, mas que traduzem muito mais do que nós podemos compreender. Nós, donos, proprietários das pessoas e dos sentimentos, presos a dogmas, a formatos, como se o amor fosse uma caixinha padronizada onde todos precisassem entrar e ficar lá dentro, quietinhos, pra não quebrá-la, ainda que o que nós sintamos seja maior ou diferente do formato dela, ficando apertadinhos sem nos mexer, ou pequeno demais pra responder a tantas exigências que são feitas pra preencher a caixinha.

Recebi por e-mail essa citação de Regina Schopke, que traz um pouco da opinião de Wilhelm Reich, um polêmico psicanalista freudiano que, em resumo, fala de como o sistema (no caso, o capitalismo) interfere nas relações, na afetividade e na sexualidade. Não vou aqui entrar em pormenores porque não sou estudiosa nem dele, nem de freud, nem da Schopke, quero mesmo é falar da essência.

Há uns dois ou três anos atrás descobri um livro, que é bem mais que um livro, eu costumo dizer que é quase uma filosofia de vida para quem pratica. Reli pelo menos 2 outras vezes, sempre quando senti que estava começando a querer colocar meus sentimentos de novo na caixinha. Apesar de ter grande discordância com algumas coisas que são defendidas, ajuda a me encontrar comigo mesma e com o que tenho de mais verdadeiro com relação aos meus sentimentos e minhas relações - por isso tatuei nas costas uma frase que conheci no livro Je T´Aime D´Amour (Te Amo de Amor), pra tentar nunca esquecer que o amor e todos os outros sentimentos precisam ser vividos em sua essência.

Quando li a citação lembrei imediatamente do livro, que indico pra todos, provoca nosso egoísmo, a possessividade e nos instiga a viver os sentimentos com liberdade e intensamente. O autor, Roberto Freire (o psicanalista, não o pseudo-político), representa toda essa "teoria" em uma música de Gilberto Gil, da qual transcrevo um trecho: "O seu amor, ame-o e deixe-o livre para amar".

Chega de suspense, o nome do livro é AME E DÊ VEXAME, quem puder e quiser, delicie-se.

Maíra

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