Não foi um jogo do Corinthians, mas o Pacaembu lotou nesta terça-feira (1º de junho) durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), convocada pelas cinco principais centrais sindicais do país (CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB). Cerca de 30 mil militantes compareceram ao evento unitário, que destacou a luta por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com soberania, democracia e valorização do trabalho.
A unidade da classe trabalhadora caracterizou a reunião dos sindicalistas e foi exaltada nos discursos dos dirigentes das centrais. “Estamos demonstrando que os trabalhadores têm a sabedoria de deixar de lado suas divergências e realizar um evento como este em que unimos nossas forças para defender os interesses maiores da classe trabalhadora”, salientou o presidente da Nova Central, José Calixto Ramos. “Nosso trabalho não se encerra aqui”, salientou. “Este é o início de uma grande jornada de luta”.
Novo Brasil
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva (o Paulinho da Força) foi no mesmo diapasão. “Temos que saudar a unidade, pois foi a unidade que impediu a retirada de direitos trabalhistas e fez nossa luta avançar. Barramos a Emenda 3 e com as marchas unitárias em Brasília conquistamos a política de valorização do salário mínimo, que muito contribuiu para tirar o Brasil da crise”, afirmou Paulinho. “Esta conferência tem um objetivo muito claro, que é o de entregar aos candidatos à Presidência uma pauta com 293 itens de um modelo de Brasil que queremos. Temos aqui representantes de 5 mil sindicatos”, acrescentou.
Wagner Gomes, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), declarou que após a Conclat “o movimento sindical será outro. Já temos as bases para criar um novo Brasil, unindo todo nosso povo, os partidos e as organizações progressistas. Nossa responsabilidade é grande e os desafios não são pequenos. 0 maior deles é elevar o protagonismo da classe trabalhadora na luta política nacional”.
Desafios
“As bandeiras que nos unem são muito maiores do que as questões que, no varejo, provocam divergências no nosso meio”, enfatizou o presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), Antonio Neto. “Caminhando juntos”, continuou, “vamos conquistar muito mais. Este será um ano de grande embate”, disse, numa referência às eleições de outubro. “Ou continuamos a avançar ou amargaremos um grande retrocesso. Vamos marchar juntos, unidos e organizados por um Brasil melhor”.
“A unidade garantiu conquistas e vitórias importantes”, reiterou Artur Henrique, presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores). “Podemos citar a política de valorização do salário mínimo, a ratificação da Convenção 151 da OIT [que assegura o direito de organização, negociação e greve ao funcionalismo], o reajuste da tabela do Imposto de Renda, entre outras conquistas da unidade. Temos ainda grandes desafios, como a alta rotatividade da mão de obra, a redução da jornada sem redução de salários, o reajuste das aposentadorias e pensões. Mas, nosso principal desafio é não permitir o retrocesso neoliberal. Temos de continuar no caminho da mobilização e da luta para emplacar a agenda da classe trabalhadora por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com democracia, soberania e valorização do trabalho”.
De São Paulo,
Umberto Martins
Justa homenagem a Raphael Martinelli
Há um dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário