3 mil estudantes realizaram passeata pela Explanada dos Ministérios em direção ao Congresso Nacional. Na pauta, a reivindicação de 50% do fundo do pré-sal para a educação e protestos em relação à crise política no Distrito Federal. Trata-se da Jornada de Lutas do Movimento Estudantil, que ocorre nesta semana de 22 a 26 de março em diversas capitais brasileiras.
G1
O ponto alto do ato foi um jogral realizado pelos presidentes da UNE e da Ubes com os estudantes no espelho d'água. Os 3 mil estudantes liderados pelo presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Yann Evanovick, e pelo presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Augusto Chagas, seguiram do Museu da República até o Congresso Nacional entoando palavras de ordem como “Do meu direito não abro mão, quero pré-sal para a educação”. O animado ato ocorrido no Distrito Federal também abordou a crise política em curso, e os estudantes bradaram, irreverentes: “Arruda para a Papuda”, em referência ao prédio onde o ex-governador se encontra preso.
Crise política no DF
Mas as críticas não se limitaram a Arruda e Paulo Otávio. Os manifestantes acusaram o ex-governador do DF, Joaquim Roriz (PSC) de ser padrinho político de ambos e estenderam com os seguintes dizeres: “Roriz, você é a raiz da crise no DF”. Para a liderança do movimento Fora Arruda e P.O. e presidente da União da Juventude Socialista (UJS) do DF, Leandro Cerqueira, a mobilização foi boa porque “o sentimento da necessidade de mudança no DF permanece na população. Esta talvez seja a principal preocupação da juventude do DF no imediato, embora a bandeira do pré-sal seja muito importante e estratégica”.
Leandro alerta que o ex-governador Joaquim Roriz pretende se apresentar como alternativa à crise no Distrito Federal, apresentando-se como candidato nas próximas eleições. O jovem socialista considera que o campo “Roriz não é alternativa, é origem e a continuidade do processo que culminou na crise política vivida pela população do DF hoje”.
Pré-sal para a educação
Apesar da crise política ter ganho espaço na manifestação, a pauta do pré-sal para a educação se manteve como central. Os presidentes da UNE e da Ubes, em conjunto com uma comissão de estudantes, protocolaram uma cartilha dos estudantes em defesa da bandeira na presidência do Senado. Para o presidente da UNE, Augusto Chagas, a passeata ocorrida em Brasília cumpriu dois papéis, “o de chamar a atenção do Congresso Nacional para o temae o de chamar a atenção da sociedade, da opinião pública, visto que a questão da educação interessa a toda sociedade, que deve se mobilizar”.
O presidente da Ubes, Yann Evanovick, garantiu que as entidades continuarão pressionando para que haja audiências públicas, debates e para que pos congressistas se comprometam a ouvir os estudantes. O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB/SP), declarou que a manifestação representa "um símbolo da democracia brasileira".
Pelo Brasil
A jornada de lutas permanece realizando passeatas pelo Brasil. Na terça-feira (23/3) foram realizadas grandes passeatas no Rio de Janeiro (RJ) e em Recife (PE), nesta quarta-feira (24/3), além de Brasília (DF), houve manifestações também em Belo Horizonte (MG) e em Goiânia (GO). Na quinta-feira (25/3), a expectativa é que haja uma grande passeata em Manaus (AM) e na sexta (26/3) é a vez de São Paulo (SP).
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