Estão a meio pau as bandeiras do Brasil, do Pará e do PCdoB.
Morreu Neuton Miranda.
Vítima de um ataque fulminante do coração, Neuton estava a trabalho em Belterra, cidade do Oeste paraense, onde encerrou uma vida marcada pela dedicação integral à luta por uma sociedade socialista. Isso desde a década de 60, quando militava no movimento estudantil e participava da Ação Popular.
Neuton Miranda nasceu em Marabá e era estudante de Matemática em Belo Horizonte quando atendeu ao chamado da luta do povo. Vice-presidente da UNE na gestão de Honestino Guimarães, foi perseguido pela ditadura militar, sendo obrigado a viver clandestino em seu próprio país. No mais duro período repressivo, no ano de 1972, decidiu somar fileiras ao Partido Comunista do Brasil. Decretada a Anistia, foi destacado pelo seu partido para reorganizar o PCdoB no Pará, ao lado de Paulo Fonteles e Neco Panzera.
Em 1984, em um último espasmo da ditadura, Neuton chegou a ser preso em Belém, acusado de reorganizar o PCdoB. Foi deputado estadual da legenda comunista entre 1992 e 1994, com atuação destacada em defesa dos trabalhadores e na luta pelo direito de morar. Chegou a ser presidente da COHAB, na gestão de Almir Gabriel, rompendo publicamente com este após o Massacre de Eldorado dos Carajás. Neuton também foi Secretário Municipal de Habitação no Governo do Povo e há cinco anos era Superintendente do Patrimônio da União.
Na SPU, liderava um trabalho pioneiro de concessão de uso do solo que beneficia mais de 60 mil famílias paraenses, desde ribeirinhos a moradores da grande Belém, naquilo que se tornou o maior programa de regularização fundiária em área metropolitana do país.
Era presidente estadual do Partido Comunista do Brasil e membro de seu Comitê Central. Deixa esposa, filha, mãe, irmãos. E uma história honrada, de coerência, combatividade, trabalho e luta. Não acumulou riquezas, mas era um colecionador de amigos e admiradores, além de contar com gratidão de milhares de pessoas a quem ajudou com o seu trabalho.
Neuton Miranda foi um exemplo a ser seguido, um revolucionário. Seu desaparecimento nos deixa a todos consternados. No entanto sabemos que quem morre lutando pelo progresso sempre vai servir ao propósito da vida.
Viver e lutar pela vida são o legado de Neuton Miranda
Partido Comunista do Brasil
Comitê Estadual do Pará
Justa homenagem a Raphael Martinelli
Há um dia
Nenhum comentário:
Postar um comentário